Posso ir à Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) sozinha?

Ir a uma delegacia não é tarefa fácil e ouso dizer que é exatamente como ir ao hospital: ninguém vai porque quer.

Quem busca atendimento policial, não o faz por motivos felizes e, no caso daquelas que vão à Delegacia de Atendimento à Mulher, as situações são ainda mais delicadas, pois envolvem laços parentais e/ou afetivos.

Dentro disso, as DEAM’s contam com equipe policial especializada para atender mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, que podem comparecer sozinhas nas unidades. Mas, apesar da presença de uma advogada não ser obrigatória para o atendimento, é muito importante que a vítima esteja assistida por uma profissional especialista e de sua confiança para que todas as providências cabíveis a situação sejam tomadas e executadas como se deve.

Como já dito, são ocorrências extremamente complexas, porque a vítima não está indo registrar ocorrência contra um desconhecido que furtou seu telefone numa festa. Ela está indo pedir socorro porque alguém por quem ela tem muito respeito e carinho a violou de alguma maneira.

Sendo assim, a fragilidade emocional, que é perfeitamente compreensível no contexto, pode fazê-la esquecer de relatar informações importantes ao escrivão, não saber o que fazer em caso de prova pericial ou requerer medidas especiais, além daquelas que, normalmente, são solicitadas pela Delegada.

O suporte e acolhimento necessários para que os fatos sejam noticiados com fundamentos e provas legais na DEAM também fazem parte do serviço da advocacia especializada em atendimento à vítima e são determinantes para que a mulher em situação de violência aja de forma coerente para sua proteção e, eventualmente, daqueles que também estejam vulneráveis às violências como, por exemplo, seus filhos e outros familiares.

Desse modo, se você é vítima de violência doméstica e familiar e decidiu buscar a DEAM ou conhece alguém que precisa procurar, saiba que é um direito gratuito procurar a polícia. Mas, para que a situação receba todo o cuidado necessário que demanda, é fundamental contar com uma advogada criminalista especialista em defesa da vítima.

Sobre o Autor

Eveline Santos
Eveline Santos

Eveline Santos é Advogada, Graduada pela Universidade Católica do Salvador e Pós-graduada em Ciências Criminais pelo Centro de Estudos Jurídicos Renato Saraiva. Advogou no Patronato de Presos e Egressos da Bahia, atuando no Presídio Feminino da Penitenciária Lemos Brito. Também atuou como professora de Prática Penal.

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